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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

(Resenha) Sobre mães, filhos, esposas e maridos - Wellington S. O.

Sobre mães, filhos, esposas e maridos
Título: Sobre mães, filhos, esposas e maridos


Autor: Wellington S.O.

Editora: APED

Páginas: 430

Ano: 2013


Sinopse: A estória acompanha trinta anos da vida de uma mãe possessiva que tenta não deixar transparecer suas emoções, seu filho que busca a verdade sobre o falecido pai e sua filha adotiva que luta contra os fragmentos do seu passado que insistem em retornar. Esse pequeno épico familiar aborda temas como adoção, excesso de amor maternal, casamento e busca pela própria identidade. Com um ritmo ágil e bem humorado irá divertir, comover, surpreender e dará muito que pensar a seus leitores.



*** 


Nesta estória somos apresentados a Dona Carmem, a mãe possessiva, e seus filhos Vincent e Alicia.

Desde o início podemos ver o quanto ela é apaixonada pelo filho – Paixão não é um sentimento destinado apenas aos casais. A paixão pode ser entre uma mãe e seus filhos, entre amigos, entre uma pessoa e um objeto. Na paixão a mãe cria os filhos para si. No amor ela cria os filhos para a vida.

E esta diferença ficou explícita neste livro. A Carmem criou o Vincent para ser dependente dela. Até mesmo as “festas” de aniversário dele quando criança eram apenas para os dois – o pai nunca estava presente mas isso não seria impedimento para chamar outras pessoas para comemorar.

Após a morte do marido ela passou a ser ainda mais agressiva para lidar com as pessoas. Sempre com uma resposta ríspida na ponta da língua.

E isso não muda quando ela resolve adotar a Alicia pois a paixão foi direcionada também para a filha.

No decorrer da estória vamos sendo conduzidos a conhecer os verdadeiros motivos que a levaram a ser deste jeito: Foi criada pelos avôs que acreditavam que não se deve chorar na frente das pessoas para não demonstrar fraqueza. Casou-se e acabou sofrendo uma grande decepção com o marido. Os dois fatos acarretaram num endurecimento dos sentimentos sobrando espaço apenas para os filhos e sua amiga Lola.

O que achei mais interessante foi o fato de cada capítulo ser narrado por um dos protagonistas. Desta forma temos uma visão mais detalhada dos acontecimentos pois passamos a olhar os fatos através de três pontos de vista.

Podemos acompanhar o desabrochar da vida tanto do Vincent quanto da Alicia. Suas peripécias de crianças, suas descobertas de adolescentes, seus primeiros contatos com a paixão e com o amor, suas dores, suas dúvidas, seus erros e seus acertos.

Esta é o tipo de estória que faz o leitor parar para pensar sobre a própria vida. São tantos acontecimentos semelhantes ao que ocorrem no nosso dia a dia que é como se estivéssemos lendo um diário de alguém bem próximo a nós.

Sempre digo isso: Quem nunca teve uma desavença com a mãe que atire a primeira flor – pedra machuca muito.

Acredito que este é o relacionamento mais difícil que temos que enfrentar. São dois motivos que torna este relacionamento difícil: as mães esquecem que já foram crianças e adolescentes. Os filhos não pensam que no futuro serão os pais e terão que lidar com os próprios filhos.

As mães da época desta estória foram criadas com esta mentalidade de que demonstrar os sentimentos não é aceitável Têm que ser as duronas com coração de pedra. Casavam-se para constituir família e na maioria das vezes sem amar o marido. 

Por se sentirem frustradas com o casamento transferiam a afeição exclusivamente para os filhos a ponto de virar obsessão. Elas sufocavam os filhos com a atenção exagerada com a “desculpa” de serem assim por amar demais.

As mães de hoje se casam pelo status de estarem casadas. Para ter uma estabilidade financeira ou por estarem apaixonadas. Enchem seus filhos de presentes mas não são capazes de lhes dar o que qualquer ser humano mais deseja: amor.

São os extremos: Numa época elas asfixiam os filhos de atenção e na outra asfixiam os filhos com a ausência. E este padrão de comportamento também é executado pelos pais.

É claro que isto não é uma regra – graças a Deus – e que muitas mulheres se casam por amor e são capazes de amar seus filhos.

O que as pessoas devem aprender é que não existe isso de amar demais ou amar de menos. Ou ama ou não ama. 

O livro é recheado de lições que se forem absorvidas pelos leitores poderão mudar completamente suas vidas.

Temos várias questões para refletir: A não aceitação da opção sexual. O uso de drogas. As brigas sem sentido que abrem fendas na alma. Enterrar o passado para viver o presente. Aprender a mar de verdade.

Confesso que o Wellington conseguiu uma coisa rara: Me fez terminar a leitura com lágrimas nos olhos. A estória nos toca de uma forma tão profunda e o final é de partir o coração.

Nossa vida é tão curta para perdermos tempo com brigas bobas, sendo ríspidos com o outro, não demonstrando nossos sentimentos. E depois tudo o que resta é o arrependimento pelas palavras duras ditas ao outro ou as palavras não ditas.

Não é verdade que não levaremos nada desta vida quando chegar nossa hora de ir ao encontro com Deus. Nós levaremos e seremos responsabilizados por cada sorriso e por cada lágrima que provocamos no outro. Cada dor, cada mágoa, cada gotinha de lágrima será pesada não por Deus mas pela nossa própria consciência. Se foi você a sofrer o que será pesado será sua capacidade de perdoar.

Falar deste tema – família- é realmente andar em areia movediça. Se não tivermos cuidado poderemos ser sugados para o abismo.

E o Wellington conseguiu andar por sobre a areia e nos mostrar um conto de fadas real. Ele nos mostrou o que acontece depois da tão famosa frase: E foram felizes para sempre. Para ver o arco-íris é preciso passar primeiro pela tempestade. E poucos são os privilegiados que podem contemplá-lo.



Um leve bater de asas O:-) anjinho  O:-) anjinho para todos!!!!

Khrys Anjos

Um comentário:

  1. Fico extremamente honrado com a resenha tão apaixonada!
    Grande abraço.
    Wellington S.O.

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