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terça-feira, 1 de setembro de 2015

(Resenha) Zac e Mia - A. J. Betts

Título: Zac e Mia  

Autora: A. J. Betts  

Ano: 2015   

Páginas: 288  

Editora: Novo Conceito  


Sinopse: A última pessoa que Zac esperava encontrar em seu quarto de hospital era uma garota como Mia - bonita, irritante, mal-humorada e com um gosto musical duvidoso.  
No mundo real, ele nunca poderia ser amigo de uma pessoa como ela. Mas no hospital as regras são diferentes. Uma batida na parede do seu quarto se transforma em uma amizade surpreendente. Será que Mia precisa de Zac? Será que Zac precisa de Mia? Será que eles precisam tanto um do outro? Contada sob a perspectiva de ambos, Zac e Mia é a história tocante de dois adolescentes comuns em circunstâncias extraordinárias. 



***  



Zac Meier tem leucemia e está se recuperando de um transplante de medula. Sua rotina diária é passar as horas na companhia da mãe sendo monitorado pelas enfermeiras do hospital. Até o dia que uma novata chega ao quarto ao lado para mudar completamente esta rotina e a sua vida. 

Mia Phillips tem osteossarcoma localizado na parte inferior da perna. Extremamente mal-humorada briga constantemente com a mãe enquanto está internada. E acredita estar dentro do próprio quarto da sua casa ao ouvir música no último volume. 

Este é o início de uma relação que trará um vendaval de emoções e sentimentos para estes dois jovens. TocTap. 

Zac é espirituoso e divertido. Tem esperança de que o transplante o cure e o permita ter uma vida normal outra vez. 

Mia não aceita a doença e explode com a mãe que é quem está mais próximo a ela. Ela não admite não ser mais a menininha linda e mimada que costumava ser. E quando perde o cabelo por causa da quimio fica ainda mais feroz como uma animal encurralado que só pensa em fugir. 

Os dois provavelmente nem se falariam se estudassem na mesma escola mas o destino resolveu uni-los colocando-os a apenas uma parede de distância. São opostos que se atraem para sem modificarem e se completarem 

Zac tem um relacionamento super amoroso com a família. Ele vive numa fazenda onde animais são resgatados e cuidados por sua irmã Bec. 

O relacionamento da Mia com a mãe é conflituoso. As duas são parecidas no quesito esconder os sentimentos. Mia por medo da rejeição acaba por rejeitar o amor da mãe criando uma fortaleza em volta do coração. 

Quando ela conhece o Zac vê esta muralha ruir pouco a pouco até não existir mais nada que a impeça de finalmente ser tocada pelo amor. 

No começo é extremamente difícil para ela deixar que ele se aproxime. Inclusive ficam afastados por um tempo por causa do seu gênio ruim dela. O fato de ter que amputar uma parte do corpo faz com que sua autoestima vá parar no chão. 
Porém quando o Zac tem uma recaída é a Mia que lhe serve de porto seguro, o ajuda a se reerguer e voltar a lutar. 

A autora A.J. tem uma maneira totalmente sentimental para escrever. Ela conseguiu transmitir cada emoção que os personagens vivenciam para o papel. A energia que flui de cada página transborda. É como se estivéssemos no lugar do personagem passando por cada etapa do desenvolvimento mental, espiritual e sentimental. 

Um tema que nos remete a um único sentimento - tristeza - nos mostra que a vida é composta de muito mais do que isso. Tem o som do tapa na parede. O pulo do canguru. O desespero de uma mãe com medo de perder a filha. A união da família. Abrir o coração para o perdão a si mesmo e ao próximo. Ver o lado bom dos acontecimentos mesmo que na superfície só esteja visível a parte podre. 
Nós estamos tão acostumados a olhar apenas para os nossos problemas que esquecemos de ver a solução. 

Outra coisa que a autora fez de forma primorosa é explicar as doenças dos personagens. Não de maneira técnica como os médicos mas nos mostrando as consequências delas na saúde do paciente sem transformar a história num melodrama. Ficou absolutamente perfeito. 

Para um adulto lidar com estas doenças é super difícil. Imagine para dois jovens que estão começando a viver. Acredito que seja uma prova para espíritos elevados pois a facilidade da queda é capaz de arrebentar o laço invisível que nos liga ao Criador. 

Foram tantas lições e mensagens transmitidas nesta leitura que se torna quase impossível descrevê-las. 

Ver a evolução do relacionamento do Zac com a Mia e o da Mia com a mãe é absurdamente emocionante. O aprendizado que ganhamos ao conviver com estes dois pequenos grandes guerreiros não tem preço. 

Um dos pontos fortes da história é mostrar como o ser humano lida com o diagnóstico de uma doença. 

Zac aceitou estar doente e foi atrás de tratamento. Mas também teve seu momento de dúvida, de amargura, de desespero e superou com a ajuda da Mia. 

Mia não aceitou a doença e nem o tratamento. Fez de tudo para negar a verdade para si mesma até que termina por entender que o que realmente importa não são os bens materiais ou a aparência física mas o sentimento bom que alimentamos em nossa alma e no coração das pessoas que convivem conosco. 

Esta não é uma história sobre doença. Pelo contrário, é sobre a vida. Sobre o valor que lhe damos. 


P.S.: Muitos irão fazer comparações e dizer que se trata de uma versão para uma outra história que até virou filme. Posso garantir que isso está totalmente errado. A história da A.J. não tem comparação por ser muito melhor. Ela soube misturar os ingredientes na dose exata para criar uma trama emocionante que nos toca a alma e nos remete a ter esperança.

P.P.S.: Sei bem o que é passar as comorações de Natal e Ano Novo num hospital. Na história Zac e Mia tiveram o "privilégio" de ficarem em quartos individuais e com companhia. A internação prolongada cria um trauma mesmo que não percebamos. O medo de voltar faz com que tenhamos receio de ir ao médico por mais que estejamos nos sentindo mal. Recordei muito dos meus dias lá ao ler esta história. Lidar com a morte e a vida.


Um leve bater de asas *O:-) anjinho  *O:-) anjinho  para todos!!!!

Khrys Anjos

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