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domingo, 22 de novembro de 2015

(Resenha) A Menina da Neve - Eowyn Ivey

Título: A Menina da Neve

Autora: Eowyn Ivey

Ano: 2015

Páginas: 352

Editora: Novo Conceito





Sinopse: Alasca, 1920: um lugar especialmente difícil para os recém-chegados Jack e Mabel. Sem filhos, eles estão se afastando cada vez mais um do outro. Em um dos raros momentos juntos, durante a primeira nevasca da temporada, eles constroem uma criança feita de neve. Na manhã seguinte, a criança de neve some. Dias depois, eles avistam uma criança loira correndo por entre as árvores. Uma menina que parece não ser de verdade, acompanhada de uma raposa vermelha e que, de alguma formam consegue sobreviver sozinha no frio e rigoroso inverno do Alasca. Enquanto Jack e Mabel se esforçam para entender esta criança que parece saída das páginas de um conto de fadas, eles começam a amá-la como se fosse sua própria filha. No entanto, nesse lugar bonito e sombrio, as coisas raramente são como aparentam, e o que eles aprenderão sobre essa misteriosa menina irá transformar a vida de todos.





*** 




Quando li a sinopse deste livro imaginei que fosse uma história comovente sobre um casal que vai viver no Alasca após passar por algum momento difícil em suas vidas e acabam por encontrar uma menina que poderia ser fruto de uma ilusão ou um pequeno ser que lhes traria a cura.

Na questão da cura até posso dizer que estava certa, mas infelizmente para mim esta leitura foi frustrante e uma imensa decepção.

Quem me conhece sabe que para falar de um livro exponho um pouco da história e o que achei dela exaltando os pontos positivos. O que não encontrei neste em questão.

A história é mais ou menos assim: O casal resolve fugir para o Alasca pois não suportam mais a piedade da família e amigos pela perda que tiveram.

Passam por dificuldades extremas nesta nova terra já que a história acontece em 1920. Hoje em dia viver lá é sacrificante imaginem naquela época com tudo sendo tão escasso.

Jack acaba por iniciar uma nova “profissão”: caçador. Mabel fica tão desolada com a vida que leva que tenta o suicídio. Os dois conhecem a menina que vive andando pela neve com uma raposa vermelha.

Fazem novos amigos e aos poucos suas vidas vão entrando nos eixos novamente.
A menina cresce, se casa e o fim só vocês lendo para descobrir.

Agora falarei do que achei da história explicando meus pontos de vista: O Jack era um homem muito estranho para não dizer cruel com a esposa. A levou para morar num mundo congelado, praticamente a manteve isolada do mundo exterior, não a tratava como mulher e não aceitava sua ajuda.

Mabel foi se afundando na depressão. Ela havia sofrido a pior perda para uma mulher e seu marido não a apoiou neste momento crucial da sua vida. Ela pediu para que se mudassem e aproveitassem esta chance de recomeçarem suas vidas longe da família acreditando que isso os uniria. Se enganou.

A menina que vivia perambulando pela montanha coberta de neve era uma caçadora sanguinária e cruel. O rapaz com quem se casou idem. Neste quesito eram o casal perfeito. De pura não tinha nada.

Sei que muitos devem estar dizendo que o fato de serem caçadores me fez não gostar da história já que sou vegana e defendo a vida. Bem me reservo o direito de gostar ou não de uma história por este motivo, mas não sou assim tão irracional. 

O protagonista de uma das minhas histórias favoritas é um caçador.
Porém o que diferencia uma história da outra é a sensibilidade do autor que escreveu a que eu coloquei como favorita e a total falta de sensibilidade da autora Eowyn Ivey ao narrar os fatos como ela fez.

Vou mostrar para vocês a diferente: Com sensibilidade – Jack ao se encontrar num momento de desespero e não vendo outro jeito para se alimentar e a esposa sai para caçar. Encontra um alce e atira. O mata e pode passar o inverno sem o medo de morrer de fome.
Sem sensibilidade – Jack sai para caçar e avista um alce. Atira uma vez e para ter certeza que o matou atira novamente. Começa então a estripá-lo mas percebe que o trabalho levará horas já que o animal é imenso. Eis que aparece a ajuda de um menino de 13 anos que está habilmente acostumado a caçar e esquartejar suas presas. Ele ensina o ofício ao Jack se deliciando com a cena. A cada parte cortada sua expressão é de júbilo.

Conseguiram perceber a diferença? Espero que sim.

O fato de ser uma história com caçadores não é o motivo da minha decepção, mas o fato da autora descrever de maneira demasiada as mortes dos animais. A cada dois capítulos, ou até mesmo numa sequência de 5 ou 6, ela descreve com requinte de informações o passo a passo das barbáries cometidas. Disse barbáries pois não se trataram apenas de caçar, tinham que ser cruéis como o esquartejamento, a decapitação, morte por esmagamento de coração ou assassinato por inveja da afeição dedicada a uma raposa. Não consegui calcular quantos animais foram mortos. E a maioria não eram para a pessoa se alimentar.

Foram tantos pontos ruins que não encontrei nenhum positivo para dizer. Não abandonei a leitura, como vocês devem estar se perguntando por que não fiz, porque nunca abandono uma leitura. Se vou falar o que senti a respeito dela tenho que conhecê-la por inteiro. Saber tudo o que acontece para poder falar guiada pela razão e não pela emoção.

Então pela primeira vez eu não recomendo esta leitura. Pelo menos não para quem é sensível e ama os animais. Se estiver querendo uma história comovente não encontrará aqui. Mas como gosto não se discute pode ser que vocês leiam e se apaixonem pela história.

Eu mesma já li histórias que foram massacradas pelos críticos e as achei maravilhosas. Assim como li algumas que foram enaltecidas e que para mim foram uma enorme decepção. Fiquei pensando como podem colocar estas histórias como best-sellers inspirando tanta violência e coisas ruins.

Só uma última explanação: Temos visto inúmeros casos de crianças e adolescentes que invadem escolas ou casas, e com um arsenal de fazer inveja a muitos bandidos, saem atirando e matando a esmo. Um dos motivos disso acontecer é que os pais acreditam que para serem homens de verdade seus filhos devem aprender a caçar com 5 ou 6 anos de idade. Como se tirar uma vida fosse algo esplendoroso. Se não matar não poderá ser considerado um homem. Tem que trazer troféus para casa. Assim lhes dão de presente as mesmas armas que depois eles usam para dar fim as vidas das pessoas que os ferem. Afinal se os pais os ensinam que a vida não vale nada eles podem fazer isso e se tornarem homens mais rápido. Que os digam os terroristas.



Um leve bater de asas *O:-) anjinho  *O:-) anjinho  para todos!!!!

Khrys Anjos

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